Netflix e a cultura da inovação

Netflix e a cultura da inovação

O brasileiro e engenheiro Martin Spier, do Netflix, trouxe para o evento denominado RD Summit que reuniu milhares de interessados em Marketing Digital de todo o país, pontos sobre inovação e a cultura da maior empresa de entretenimento do mundo.

Brasileiro, está nos Estados Unidos há quase 10 anos trabalhando na área de tecnologia. A função de Spier no Netflix é “performance”.

Para explicar o que ele faz, mostrou slides com uma página de erro e de uma tela de carregamento eterna. Sua missão é fazer com que isso não aconteça. “Performance é algo diretamente ligado à experiência do usuário”, disse.

A palestra de Martin foi sobre a cultura de inovação do Netflix. Separamos determinadas lições do RD Summit 2017.

1. Uma cultura diferente

O palestrante falou sobre como a cultura do Netflix é diferente do padrão. Segundo Martin, uma cultura de inovação precisa ter 4 pontos:

  • Tomada de decisão independente
  • Informação compartilhada abertamente
  • Somente pessoas altamente efetivas
  • Evitar regras
  • Sobre o último ponto, ele destaca: “Pessoas antes de processos”.

2. Dream Team

O grande desafio aqui é manter um time que todos sonham fazer parte. Na prática isso quer dizer uma equipe onde todo mundo se admira e todo mundo consegue aprender com todos.

Destacou que, para isso, obviamente é preciso contratar bem. A ideia é sempre contratar as melhores pessoas possíveis.

Fez uma analogia com um time de futebol, explicando que um dream team é como fazer com que todos os jogadores sejam incríveis nas suas posições.

Ainda sobre um dream team, trouxe a seguinte ideia:

“Trabalhar duro não é ser efetivo”.
Martin diz que o importante é a entrega, independente de quanto tempo foi gasto e do esforço.

Para finalizar o tópico, falou que “se você contratar a melhor pessoa possível ela vai render 10 vez mais o que uma pessoa média renderia”.

3. Liberdade e Responsabilidade

Martin Spier criticou os processos de gerência tradicionais. Segundo o palestrante, isso é muito comum de acontecer quando uma empresa começar a crescer. E quando acontece, o sistema de valores acaba se transformando em “seguir regras”. E isso inibe a liberdade, motivação, criatividade, talento e flexibilidade.

Como fazer diferente? Como crescer e manter a liberdade das pessoas? Martin trouxe alguns pontos da cultura do Netflix:

Sem controle de gastos: no Netflix, se você quer comprar um playstation ou qualquer outra coisa você compra. Sem burocracia, sem limite de orçamento.
Sem aprovação de reembolso: isso porque as pessoas confiam plenamente no julgamento das outras.

Acesso “root”: todo engenheiro tem acesso a tudo e pode fazer o que quiser.

Sem política de férias: não há limites nesse ponto, todo funcionário pode tirar quanto quiser de férias. O mesmo vale para licença maternidade, casamento e etc. Você sai de férias por quanto tempo quiser.

4. Pessoas Responsáveis

Para tudo isso funcionar é preciso de pessoas disciplinadas, maduras e responsáveis.

“Pessoas que saibam usar o bom senso e agir de acordo com o interesse do Netflix”, reforçou.

5. Contexto, não controle

Martin Spier fala que uma empresa pode ter várias pessoas incríveis, mas se elas não tiverem poder de tomar decisão, isso não vai adiantar.

Por isso, no Netflix todo mundo é treinado para ser ótimos tomadores de decisão independentes.

Isso não significa uma não-gerência, e sim uma garantia de que todos tenham as melhores informações para tomarem as melhores decisões.

E elas só vão tomar as boas decisões se tiverem um contexto bastante claro.

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